Em tradução livre, slow medicine significa “medicina sem pressa”. O conceito propõe uma desaceleração no fluxo de cuidados de saúde, direcionando a atenção para uma abordagem mais humanizada à medicina.
O ritmo da rotina em instituições de saúde geralmente é muito acelerado, com uma consulta após a outra, o que limita o tempo para se concentrar mais a fundo nas necessidades do paciente. Para corrigir esse comportamento, a medicina lenta propõe uma maior proximidade entre o médico e o paciente, com consultas mais prolongadas, focadas no diálogo e atenção cuidadosa.
Como resultado, a ideia pode ser considerada uma filosofia de atendimento, e sua aplicação depende de uma mudança de comportamento que se concentre no paciente e em seus valores, em vez de recursos ou tecnologias específicas.
A Slow Medicine surgiu na Itália, na década de 1990. No Brasil, um dos principais defensores do método é o professor Dr. Dário Birolini, um dos primeiros a estudar essa abordagem em nosso país.
Desde o seu surgimento, o método recomenda que os médicos sigam 10 princípios básicos em seus atendimentos. São eles:
1. Tempo
Deve-se dedicar tempo para ouvir o paciente, pensar nos diagnósticos e propor os melhores tratamentos.
2. Individualização
Cada ser humano é único e deve ser observado a partir de suas características individuais, sem generalizações.
3. Autonomia e autocuidado
Os médicos devem incentivar os pacientes a terem mais autocuidados, melhorando os hábitos alimentares, prática de exercícios físicos etc.
4. Conceito positivo de saúde
O foco da Slow Medicine é na promoção da saúde e não na cura das doenças. Acredita-se que, se o ser humano tiver um bem-estar físico, mental e social, ele fica menos propenso a desenvolver as patologias.
5. Prevenção
O estímulo à alimentação saudável e a outras práticas preventivas deve ser considerado.
6. Qualidade de vida
Deve-se investir na qualidade de vida do paciente, bem como na aceitação do que é inevitável.
7. Medicina integrativa
A Slow Medicine não deve abandonar as práticas da medicina tradicional, mas sim integrar esses conhecimentos à medicina complementar.
8. Segurança em primeiro lugar
O médico precisa se abster de intervir, garantindo sempre a segurança do paciente em primeiro lugar.
9. Paixão e compaixão
Os profissionais da medicina precisam ter paixão pelo que fazem e não trabalhar apenas por dinheiro. Também deve-se ter compaixão pelos pacientes.
10. Uso parcimonioso da tecnologia
A tecnologia deve servir o homem e não o inverso! É isso que prega a Slow Medicine, que acredita que os médicos podem usar os novos recursos de forma parcimoniosa e eficiente para que os pacientes tenham mais autocuidado, bem como para nortear as decisões de tratamento.
Muitas pessoas acreditam que a Slow Medicine se opõe ao uso de tecnologia, porém, o que o conceito diz é que ela deve ser usada de forma racional e sempre almejando o melhor para o paciente.